A reportagem falava de uma mulher transsexual do interior de Pernambuco, agricultora, que havia escandalizado uma pequena cidade por desejar se casar na igreja de véu e grinalda. Em primeiro lugar, na pele da estreante e maravilhosa Kika Sena, Paloma cativa e transmite em cada olhar o enorme significado desse rito para uma mulher trans, que nunca se sentiu autorizada a ter os mesmos desejos infantis de uma menina cis, talvez nem mesmo a performar essas fantasias pueris com bonecas numa cena tocante do filme, Paloma usa as bonecas da filha para encenar o ritual de um casamento, dando à festa sua personalidade marcante, com toda sorte de convidados excêntricos. Outro fator determinante é a fotografia de Pierre de Kerchove, que decompõe os pequenos meandros cênicos de um casamento, numa série de planos detalhe muito bem pensados posicionados logo no início da narrativa, quando Paloma observa o matrimônio de uma noiva que ela, cabeleireira amadora, ajudou a arrumar. Afinal, Paloma é uma mulher que ousa; ousa ser feliz e ousa expressar sua felicidade através de um dos ritos mais tradicionais e socialmente demarcados para isso: a cerimônia de um casamento. O filme foi triplamente laureado neste Festival do Rio.
Foram dezenas de tentativas de entrevistas. A maior parte negada. O sinal de que a mensagem havia sido lida dava até um frio na bojo. Você sabe que o meio é muito machista ainda. Futebol é um esporte pra quem tem coragem. Somos todos! OrgulhoDeSerRubroNegro pic. Na arte, um jogador se apresenta de costas, vestindo a camisa 12, com a termo Diversidade'.